1220 a 1278
Tradução das obras de
Aristóteles ao Latim
(Grosseteste e Moerbeke) (jan 1, 1220 – jan 1, 1278)
Description:
A tradução medieval do corpus aristotélico empreendida em prol do aprimoramento dos estudos teológicos e filosóficos deu origem ao chamado Aristóteles latino3 , fruto da cooperação de gerações de tradutores4 , dentre os quais se destacam Roberto Grosseteste (1168-1253), bispo de Lincoln, e Guilherme de Moerbeke (1215-35-c.1286)5 , sobre os quais falaremos mais detidamente. Figura de proa do pensamento do século XIII inglês6, o primeiro se notabilizou por traduzir do grego A Ética a Nicômaco e parte do De Caelo; o segundo, notavelmente prolífico, revisou ou traduziu o conjunto da obra aristotélica, incluindo A Política e a Poética, que até então eram desconhecidas em latim. As traduções mais populares (salvo no caso das obras lógicas) das muitas que desde o século XII até meados do XIII eram conhecidas como o corpus vetustius saíram dos escrínios geridos por Moerbeke. A nova coleção dada à luz pelos tradutores medievais suplantou as mais antigas e se firmou como o padrão para os estudiosos até o Renascimento.
Vale lembrar que Santo Tomás de Aquino fez uso das versões latinas de Moerbeke, dominicano como ele, em seus estudos e comentários do Estagirita7. Abaixo, segue uma lista parcial das principais traduções de Aristóteles realizadas por Grosseteste e Moerbeke:
• Grosseteste: De Caelo (parte) (c. 1220-35), Ética a Nicômaco (1246-47?).
• Moerbeke: Categorias (1266), De Interpretatione (1268), Analíticos Posteriores (c. 1269), Sophistici Elenchi (c. 1269), Física (c. 1260-70), Meteorológica (c. 1260), De Anima (antes de 1268?), Metafísica (antes de 1272), A Política (1260?), Retórica (antes de 1270), Poética (1278).
O método de tradução adotado por ambos era o literal, ou seja, o texto grego era transposto para o latim, de preferência palavra a palavra, se possível na mesma ordem e mediante o emprego de um vocabulário consistente.
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