Guerra dos Mascates (jan 1, 1710 – jan 1, 1712)
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A Guerra dos Mascates (1710-1712) foi um movimento nativista que ocorreu na capitania de Pernambuco durante o período colonial. Tal movimento aconteceu por conta de rivalidades locais e não visava o rompimento com a metrópole, isto é, não era emancipacionista.
O conflito se deu entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, em uma disputa pelo poder local. A guerra recebeu esse nome devido a participação dos comerciantes portugueses, que eram chamados pejorativamente de mascates.
Contexto histórico
Em meados do século XVII, um conjunto de movimentos políticos teve início no Brasil Colônia, os denominados movimentos nativistas. Esses movimentos expressavam o descontentamento dos colonos em relação aos abusos de Portugal, que se intensificaram após a Restauração Portuguesa.
Vale ressaltar que esses movimentos não eram emancipacionistas, e sim visavam a defesa de interesses locais ou regionais. Outros movimentos que podem ser classificados como nativistas são a Revolta de Beckman, a Guerra dos Emboabas, a Revolta de Filipe dos Santos e a Aclamação de Amador Bueno.
Após a expulsão dos holandeses do Nordeste, eles passaram a cultivar cana de açúcar nas Antilhas, que eram suas colônias. Desta forma, como eles já dominavam o refino e a comercialização do açúcar na Europa, a economia açucareira do Brasil entrou em crise.
Assim, o poder econômico local passou a rodar em torno do povoado de Recife, dominado por comerciantes portugueses chamados, pejorativamente, de mascates. Devido à decadência da cana, os senhores de engenho de Olinda passaram a se endividar com os comerciantes portugueses de Recife. Ainda assim, eles continuavam a controlar o poder político da capitania de Pernambuco.
Causas
A Guerra dos Mascates teve como causa a grande rivalidade entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, sendo que estes contavam com o apoio do governador Sebastião de Castro Caldas. Essa rivalidade podia ser observada, principalmente, através da disputa entre Olinda e Recife pelo poder político da capitania de Pernambuco.
Além disso, o favorecimento da metrópole aos comerciantes, a crise econômica em Olinda e o forte sentimento antilusitano por parte dos aristocratas olindenses também são causas do conflito.
A Guerra dos Mascates teve inícioquando Recife foi elevada ao título de vila, o que favorecia os comerciantes portugueses.
Objetivos
A aristocracia de Olinda iniciou essa revolta com o objetivo de dominar politicamente a região da capitania de Pernambuco. Além disso, a rebelião também visava a fazer com que a Coroa tratasse igualmente Olinda e Recife. Por fim, os aristocratas também lutavam para que Recife fosse rebaixado ao grau de povoado.
O conflito
Em 1710, os senhores de engenho de Olinda, comandados por Bernardo Vieira de Melo e Pedro Ribeira da Silva, invadiram Recife, libertaram os presos e destruíram o Pelourinho (coluna de pedra em que puniam os considerados criminosos em local público). A invasão teve como justificativa o fato de que os recifenses desrespeitavam as fronteiras entre as comarcas de Recife e Olinda.
Em 1711, os comerciantes portugueses de Recife revidaram e invadiram Olinda. Eles destruíram vilas e engenhos durante a invasão.
Também em 1711, a Coroa Portuguesa nomeou um novo governador para a capitania de Pernambuco, Félix José de Mendonça, e enviou tropas para conter a revolta e para prender os responsáveis pelo conflito. A Guerra dos Mascates cessou em 1712, após essas medidas.
Consequências
Ao fim da guerra, o novo governador determinou que os principais líderes do movimento fossem presos. Além disso, em 1712, Recife recebeu o título de cidade e capital de Pernambuco, o que evidencia o favorecimento dos comerciantes portugueses pela Coroa Portuguesa. Como consequência disso, a rivalidade entre os senhores de engenho e os comerciantes portugueses se intensificou ainda mais.
Após dois anos do fim da Guerra dos Mascates, em 1714, o rei que governava na época, D. João V, concedeu anistiaàs pessoas que participaram do conflito, desde que não houvesse mais confrontos.
Ademais, a fim de evitar novas revoltas, o governador Félix José estabeleceu que a administração de Pernambuco seria alternada semestralmente entre Olinda e Recife.
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