Great Leap Forward (1958-1960) (jan 1, 1958 – jan 1, 1960)
Description:
O Grande Salto Adiante ou Grande Salto para Frente (mais comumente em Portugal, O Grande Salto em Frente, ou O Grande Salto) foi uma campanha lançada por Mao Tsé-Tung entre 1958 e 1960, que pretendia tornar a República Popular da China uma nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde, acelerando a coletivização do campo através de uma Reforma Agrária forçada, e a industrialização urbana. No entanto é considerado responsável pela Grande Fome Chinesa.
Os historiadores consideram que o Grande Salto Adiante resultou em dezenas de milhões de mortes. Uma estimativa conservadora é de 18 milhões de mortes, porém outros estudos sugerem que o número de mortos foi mais próximo de 55,6 milhões.
O Grande Salto Adiante ainda hoje é utilizada como crítica ao modelo de Economia planificada, ao comunismo e à reforma agrária.
Contexto histórico:
Após a conquista do poder em 1949, a participação na Guerra da Coreia e o sucesso do 1º Plano Quinquenal (1953-1957), o líder chinês Mao Tsé-tung lançou o Grande Salto para Frente (1958-1962), um programa de profundas reformas cujo objetivo era acelerar a marcha para o comunismo.
O cronograma original de 1953, que previa completar a “industrialização” em “dez a quinze anos”, foi encurtado três anos. Mao imaginava que poderia satisfazer sua ambição em um “big bang”, declarando que “nossa nação é como um átomo”. Chamou o processo de o “Grande Salto Para a Frente”, e o lançou em maio de 1958.[3]
Plano agrário:
Mao Tsé-tung concluiu que os setores da indústria e da agricultura deveriam ser modernizados e desenvolvidos. Com esse objetivo, a China foi dividida em uma série de comunas, propriedades que abrigavam cerca de 5.000 famílias, concentradas no cumprimento das metas. Aos moradores eram dadas ferramentas em troca exigia-se o cumprimento de metas. O objetivo era que a China ultrapassasse o desenvolvimento do Reino Unido nesses três anos.
Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de onde a produção era alta para onde ela era baixa, como um meio de impulsionar a produção. Elas também foram deslocadas da agricultura para a indústria. Houve uma campanha maciça para se coletar ferramentas e transformá-las em aço.
Os campos Sputniks:
A fim de estimular o sucesso do plano, Mao passou a fazer propaganda de áreas que teriam tido produção astronômica. As colheitas estratosféricas e as áreas modelo foram chamadas de “sputniks”, refletindo a obsessão de Mao com o satélite russo. Em 12 de junho, o Diário do Povo noticiou que em Henan, a principal província-modelo de Mao, uma “cooperativa sputnik” havia produzido 1,8 tonelada de trigo em um mu (1/6 de acre) — mais de dez vezes os números reais. Notícias sobre colheitas imensas enchiam a imprensa e os “campos sputniks” proliferaram.
Em setembro, o Diário do Povo noticiou que “o maior sputnik de arroz” havia produzido mais de setenta toneladas em menos de 1/5 de acre, o que era centenas de vezes mais do que os números reais. Esse campo sputnik foi forjado por um ambicioso chefe novo de um condado em Guangxi. No final do ano, seu condado relatou uma produção de grãos que era mais de três vezes a quantidade verdadeira.
A repressão:
No entanto, na medida que o povo não conseguiu cumprir as metas dos campos sputniks, Mao iniciou uma campanha de forte repressão, acusando os camponeses de boicote e corrupção. Quem quer que fosse pego estocando grãos era fuzilado. Camponeses flagrados com a menor quantia imaginável eram aprisionados. Fogueiras foram banidas. Funerais foram proibidos, pois eram considerados esbanjadores.
Mao acusou várias vezes os quadros camponeses das aldeias de esconder grãos. Em 27 de fevereiro de 1959, disse ao alto escalão: “Todas as equipes de produção escondem alimentos para dividir entre eles. Escondem até em porões profundos e secretos e colocam guardas e sentinelas”. No dia seguinte, afirmou de novo que os camponeses estavam “comendo folhas de cenoura durante o dia, e arroz à noite”. Com isso, queria dizer que fingiam não ter a comida adequada, mas, na verdade, tinham alimento bom que consumiam em segredo.
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