jan 1, 1930 - Academia do Peixe Frito
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Os “acadêmicos do Peixe Frito”, foi uma associação formada por um grupo de escritores em sua maioria negros, pobres e autodidatas literatos, que atuaram na imprensa e no meio artístico de Belém a partir da primeira metade do século XX, mais precisamente nos anos 30, Sua interferência política e cultural evidenciava as histórias e culturas de populações marginalizadas na estrutura social, como negros e indígenas, reuniam-se nas barracas da feira do Ver-o-Peso, em meios a cachaça e o peixe-frito, evidenciando o outro olhar para efervescência cultural que acontecia naquele lugar que era tão “gigantesca quanto o caroço de tucumã”. Essa nova concepção fazia contraponto aos pequeno-burgueses intelectuais que se reuniam, à moda parisiense, nos cafés nobres da cidade. Entre os integrantes, destacam-se nomes como Bruno de Menezes, José Sampaio de Campos Ribeiro, Jacques Flores, Paulo Oliveira e Dalcídio Jurandir, com as obras “Aleluia” do autor De campos Ribeiro, “Obras completas de Bruno de Menezes” e “Ribanceira” de Dalcídio Jurandir.
“Independencia”, à noite. Ampla e deserta
Dorme toda a avenida. E altos, sombrios,
Cisman no que de angústias e de frios
Vai lá por dentro das casinhas pobres.
Começa, então, nessa hora morta,
O cortejo infeliz das infelizes...
Vêm das estâncias da “Castelo Branco”
Vender o amor das espeluncas pela porta.
Vêm. Passam todas num sorriso franco
E são famintas meretrizes!
(Trecho retirado do poema "A feira da miséria" de Ribeiro de Campos, do livro a Hora da tarde p. 112)
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