dec 1, 1910 - Teatro de Claudel
tragédia "L'Otage"
Description:
A trama está localizada no final do Império Francês, na área que Sygne de Coûfontaine, um aristocrata cujos pais foram guilhotinados durante o Terror, reconstruiu pacientemente. Uma noite, enquanto vigiava suas contas, apareceu seu primo Georges, tenente do rei, exilado na Inglaterra. Ele ousadamente sequestrou o papa durante sua transferência para Napoleão na prisão e o mantém refém em Coûfontaine. Georges, cuja esposa e filhos estão mortos, oferece Sygne em casamento. Ele tem uma entrevista com o papa, a quem ele oferece levá-lo para a Inglaterra para afastá-lo de Napoleão, mas que se recusa a deixar-se exilar do seu assento apostólico.
No segundo ato, chega a Coûfontaine Turelure, um ex-funcionário da família, condenado por novatos, sans-culotte durante a Revolução, responsável pela morte dos pais de Sygne, tornando-se prefeito do Império, encarregado da polícia do departamento. Ele ouviu falar do seqüestro do papa e sabe que está escondido em casa. Ele está apaixonado por Sygne e oferece a ele, à custa de uma chantagem terrível, casar com ele em troca da liberdade do papa. O padre Badilon, ciente do horror do sacrifício que sugere ao penitente, encoraja Sygne a resolver nesse mercado salvar o papa. No final de um debate doloroso, Sygne, depois de ter se recusado violentamente a se casar com esse homem a quem ela odeia e que é o carrasco de seus pais, se resigna a esse sacrifício atroz.
O último ato ocorre na primavera de 1814, quando o imperador Napoleão está à distância e os exércitos inimigos cercam Paris. Turelure, prefeito de Paris, concorda em capitular e restaurar a França ao rei legítimo, exigindo de Sygne que renuncie a seus direitos em favor do filho que concebeu. Georges, tenente do rei, está encarregado das negociações. Resignado a aceitar o fim da monarquia por direito divino, ele resolveu assassinar Turelure para libertar Sygne de um casamento odiado. Mas ele foi morto durante a troca de tiros, assim como Sygne, que se jogou na frente do marido, menos para protegê-lo do que para acabar com sua vida. O rei fez sua entrada solene e Turelure, como recompensa por seus serviços, foi nomeado conde.
Numa versão destinada à representação, o autor substituiu a "mascarada" final por um confronto patético entre o Sygne moribundo e Turelure, que implora a ele, em nome de sua eterna salvação, que o perdoe. Nas duas versões, a atitude de Sygne, teimosamente silenciosa ou exausta demais para falar à beira da morte, permanece ambígua. O próprio autor, assustado com a crueldade do sacrifício imposto a sua heroína, tentou, não sem hesitar, acreditar em sua salvação.
The Hostage caracteriza-se pela preocupação de inserir a ação, por uma infinidade de alusões aos personagens e eventos do tempo, em um quadro histórico preciso. O autor, no entanto, justificou-se, em nome da liberdade do criador, por ter se autorizado múltiplas liberdades com a realidade da história, imaginando em particular o seqüestro do papa. Claudel também se esforçou para emprestar à situação, à intriga e ao diálogo um caráter eminentemente realista e dramático, enquanto procurava, se não para eliminar, pelo menos para restringir efetivamente as tiradas e o lirismo que caracterizavam seus dramas. mais cedo. O drama é, no entanto, carregado com um simbolismo histórico e religioso que vai muito além dos limites da trama e do prazo para atribuir à ação um significado universal,
O L'Otage foi criado com sucesso por Lugné-Poe no Théâtre de L'Œuvre em junho de 1914 e foi apresentado pela Comédie-Française em 1934. A peça teve inúmeras apresentações na França e no exterior. Nos últimos tempos, lembraremos da encenação, muitas vezes controversa e algumas vezes inspirada por preconceitos cenográficos ou políticos questionáveis, por Marcel Maréchal no teatro Rond-Point em Paris em 1995, por Jean-Marie Serreau na Comédie-Française em Fevereiro de 1968, de Bernard Sobel a Genevilliers em 2001.
http://www.paul-claudel.net/oeuvre/coufontaine
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