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August 1, 2025
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1 авг 1550 г. - A escola Veneziana

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No século xvi Veneza era (depois de Roma) a cidade mais importante da Península Italiana. Cidade-estado independente, geograficamente segura e isolada no meio das suas lagunas (embora mantivesse algumas colónias em terra firme), alheia às querelas políticas dos vizinhos, nominalmente uma república, mas na realidade uma oligarquia extremamente fechada, porto mais importante do comércio europeu com o Oriente, Veneza atingira no século xv o auge do poder, riqueza e esplendor. As guerras e outros contratempos diminuíram a sua posição no século xvi, mas a civilização florescente que era o resultado da sua passada prospe­ridade prosseguiu sem declínio notório.

O coração e centro da cultura musical veneziana era a grande igreja de S. Marcos, do século xi, com as suas cúpulas bizantinas, os resplandecentes mosaicos de ouro e amplo interior banhado de uma velada luz verde-dourada. Tal como a própria Veneza, também S. Marcos era independente: o clero, incluindo os músicos, era mais directamente responsável perante o doge do que perante qualquer autoridade ecle­siástica exterior. A maioria das grandes cerimónias cívicas de Veneza tinham lugar nesta igreja e na vasta piazza fronteira.

Deste modo, a maior parte da música vene­ziana era concebida como uma manifestação da majestade tanto do estado como da Igreja e destinava-se a ser ouvida em ocasiões solenes e festivas em que essa majes­tade era publicamente ostentada com o máximo possível de pompa e circunstância. Além destas circunstâncias, recorde-se que a vida veneziana pouco tinha do ascetismo e da atmosfera de devoção que caracterizavam Roma. Veneza encarava a religião com mais ligeireza: o seu espírito era hedonista, extrovertido. Os amplos interesses comerciais, em especial o secular comércio com o Oriente, tinham-lhe conferido uma atmosfera peculiar, cosmopolita e faustosa.

A música na igreja de S. Marcos era superintendida por funcionários do estado, e não eram poupados esforços nem dinheiro para a manter à altura das ilustres tradições venezianas. O posto de mestre da capela era o cargo musical mais cobiçado de toda a Itália. Havia dois órgãos, e os organistas, escolhidos através de um exame rigoroso, eram sempre artistas de nomeada. No século xvi foram mestres de capela de S. Marcos Willaert, Rore, Zarlino e Baldassare Donati; entre os organistas conta­ram-se Jacques Buus, Annibale Padovano, Cláudio Merulo, Andrea Gabrieli e o seu sobrinho Giovanni Gabrieli (c. 1553-1612). Estes homens não eram apenas maestros e executantes, eram também compositores famosos, e, como se verá, à medida que avançava o século, os setentrionais (Willaert, Rore, Buus) foram sendo substituídos por italianos.

Muitos compositores venezianos do século xvi deram um contributo assinalável para o madrigal, e Veneza produziu a melhor música de órgão de toda a Itália. A música veneziana caracterizava-se por uma textura plena e rica, era mais homofó-nica do que contrapontística, de sonoridade variada e colorida. Nos motetes faziam regra as harmonias com base em acordes maciços, em lugar das linhas polifónicas intrincadas dos compositores franco-flamengos.

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1 авг 1550 г.
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