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August 1, 2025
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1 ene 1554 año - Missas de Palestrina

Descripción:

lgumas das missas de Palestrina foram escritas no antiquado estilo do cantus firmus, incluindo a primeira de duas missas que compôs sobre a melodia clássica L'homme armé, mas o compositor preferia, geralmente, parafrasear o cantochão em todas as vozes a confiná-lo apenas ao tenor. Encontramos também reminiscências da antiga tradição flamenga na obra da juventude de Palestrina Missa adfugam, que é escrita do princípio ao fim em cânone duplo, e numa outra missa, Repleatur os meum, de 1570, que introduz sistematicamente cânones em todas as secções, a todos os intervalos da oitava ao uníssono, terminando com um cânone duplo no último Agnus Dei.

Os cânones não estão de modo algum ausentes das missas mais tardias de Palestrina, embora raramente sejam desenvolvidos tão rigorosamente como nestas duas obras. Uma outra das particularidades em que se manifesta o conservadorismo de Palestrina é o facto de muitas obras serem apenas para quatro vozes numa época em que os compositores escreviam normalmente para cinco ou mais vozes; cerca de um quarto dos motetes, um terço das missas e quase metade dos madrigais são escritos nessa forma.

As partes vocais individuais têm em Palestrina um carácter que quase evoca o do cantochão: a curva melódica descreve muitas vezes um arco, sendo o movimento predominantemente por grau conjunto, com saltos raros e de pequena amplitude. Se tomarmos como exemplo a linha melódica de qualquer parte vocal individual de uma peça típica, como o primeiro Agnus Dei da famosa Missa do Papa Marcelo (exemplo 8-4)2, encontramos uma linha de grande fôlego, flexivelmente articulada em frases rítmicas de dimensão variável; predominantemente por grau conjunto, com poucas notas repetidas, movendo-se quase sempre dentro do âmbito de uma nona, facilmente cantável, nela os escassos saltos maiores do que uma terceira nunca são dramaticamente explorados, antes se suavizam pelo regresso a uma nota situada dentro do intervalo do salto — no conjunto, uma curva de som regular, natural, ele­gante.

A suavidade das linhas diatónicas e a aplicação discreta da dissonância conferem à música de Palestrina uma serenidade e uma transparência que nenhum outro com­positor consguiu igualar. Uma outra das belezas do seu contraponto — como, afinal, de toda a boa polifonia vocal — reside no manejo da sonoridade, no agrupamento, distanciamento e duplicação das vozes em combinação vertical.

Fazendo variar o agrupamento das vozes, pode obter-se um grande número de matizes e sonoridades subtilmente diferentes a partir de um mesmo acorde. Alguns serão mais equilibrados ou mais eficazes do que outros, embora seja concebível que cada um deles possa ser útil numa situação determinada ou para se obterem determinados efeitos expressivos ou de colorido.

O estilo de Palestrina foi o primeiro na história da música ocidental a ser conscien­temente preservado, isolado e tomado como modelo em épocas posteriores, quando os compositores, naturalmente, escreviam já um tipo de música totalmente diferente. Era este estilo que os compositores tinham geralmente em mente quando, no século xvii, falavam de stile antico (estilo antigo). A sua obra chegou a ser considerada como a encarnação do ideal musical de certos aspectos do catolicismo que vieram a ser especialmente sublinhados no século xix e no princípio do século xx.

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1 ene 1554 año
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