18 jul 1824 año - Em carta ao pai, d. Pedro fala da traição do
irmão e que não o considerava mais da
família;
Pede pelo reconhecimento da independência
do Brasil;
Lembrou estarem em guerra, mas não
deveriam deixar de se amar;
informou que se tornou maçom;
Descripción:
pag 166 rezutti
Rio de Janeiro, 15 de julho de 1824. Meu pai. O dever de filho e o amor que, como homem, consagro a Vossa Majestade me instam a que, pondo de parte a coroa que sobre minha cabeça foi colocada pela generosa nação brasileira, vá, por este modo, fazer constar a Vossa Majestade o desgosto que tive quando soube dos desatinos do mano Miguel e o quanto lhe desaprovo seu proceder, e se é verdade, segundo se diz, que ele fora traidor a Vossa Majestade, já, de hoje em diante, deixa de ser mais meu irmão, pois um bom filho jamais pode amar traidores.
Rio de Janeiro, 15 de julho de 1824. Meu pai. O dever de filho e o amor que, como homem, consagro a Vossa Majestade me instam a que, pondo de parte a coroa que sobre minha cabeça foi colocada pela generosa nação brasileira, vá, por este modo, fazer constar a Vossa Majestade o desgosto que tive quando soube dos desatinos do mano Miguel e o quanto lhe desaprovo seu proceder, e se é verdade, segundo se diz, que ele fora traidor a Vossa Majestade, já, de hoje em diante, deixa de ser mais meu irmão, pois um bom filho jamais pode amar traidores.
Posso assim falar, pois, de Portugal, já disse a Vossa Majestade que não queria nada
A vida de Vossa Majestade está em muito perigo, pois, em os fidalgos se unindo (como pretendem) ao descontente comércio, que se acha moribundo, ao desgraçado lavrador, que já não tem com que mate a fome à sua miserável família e ao artista, que não trabalha por não terem extração suas manufaturas, Vossa Majestade vai debaixo irremediavelmente e ninguém lhe poderá, infelizmente, valer. Reconhecendo, Vossa Majestade, a independência, o comércio toma alentos, o lavrador já tem dinheiro com que mate a fome à sua família, o artista já trabalha, em uma palavra, já tudo fica contente.
[...] reconhecer a independência do império brasílico em um filho tão seu amigo, em um filho que se não fez imperador, pois foi o amor dos brasileiros em paga de serviços e as circunstâncias, vistas de antemão por Vossa Majestade, que me fizeram.
Lembrou-lhe também que d. João, em carta de 31 de março de 1822, havia lhe dito: “regularás a tua conduta conforme as circunstâncias em que te achares, regulando tudo com toda a prudência e cautela”. Ainda demoraria um pouco — e sairia caro — o reconhecimento, por Portugal, da perda definitiva do Brasil.