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May 1, 2025
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Guerra dos 6 dias (1967) (5 jun 1967 ano – 10 jun 1967 ano)

Descrição:

A Guerra dos Seis Dias, também conhecida como Guerra de Junho de 1967 ou Guerra árabe-israelense de 1967 ou ainda Terceira Guerra Árabe-Israelense, foi o conflito que envolveu Israel e os países árabes - Síria, Egito, Jordânia e Iraque apoiados pelo Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão - entre 5 e 10 de junho de 1967, tendo sido a mais consistente resposta árabe à fundação do Estado de Israel, embora o estado sionista tenha saído como grande vencedor.

O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. O conflito de fato se iniciou quando a força aérea israelense lançou um ataque preventivo contra as bases da força aérea egípcia no Sinai (Operação Foco). Israel alegou que o Egito se preparava para fazer a guerra contra a sua nação. Se os países árabes realmente estavam se mobilizando para avançar contra os israelenses ou se suas preparações eram meras medidas defensivas, ainda é assunto de debates e controvérsia até os dias atuais.

O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 7:45 da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelenses atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças terrestres israelenses investiam contra a Faixa de Gaza e a península do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém, e a Síria interveio no conflito depois de ser atacada. Israel respondeu a mobilização desses dois países e mandou tropas contra eles.

No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs sua superioridade militar, ocupando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém (ocupada até então pelos jordanianos) e logo em seguida tomaram as Colinas de Golã da Síria.

Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.


Situação geoestratégica anterior ao conflito (1956 – 1967):
Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre os países árabes e Israel havia aumentado perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais:

A instalação de governos nacionalistas em países árabes (Síria e Iraque), em substituição à dominação colonial europeia. Era uma época em que o pan-arabismo (união de todos os países árabes) estava em ascensão. O Egito e a Síria uniram-se na República Árabe Unida (R.A.U.), e o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser tentava usar a luta comum contra Israel como um fator de aglutinação dos povos árabes sob o seu comando.
A formação de movimentos de resistência palestinianos como a Organização de Libertação da Palestina (OLP), chefiada por Ahmed Shukairi e posteriormente por Yasser Arafat, que passaram a atuar de forma cada vez mais agressiva contra o estado judeu. A contínua repetição de episódios de confronto, principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, criaram uma situação de atrito constante.
A Faixa de Gaza era administrada pelo Egipto (R.A.U.), e a Cisjordânia era parte do território do Reino Hachemita da Transjordânia, cujos governos faziam vistas grossas para as ações da OLP e grupos menores. O Egito formalizou pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque. Egito e Síria estabelecem, em 1966, um pacto de defesa - uma aliança militar que os comprometia reciprocamente em caso de guerra que implicasse um dos dois países.
Em 18 de maio de 1967, o ditador egípcio Nasser exigiu do secretário-geral das Nações Unidas, o birmanês U Thant, a retirada das Forças de Paz da ONU que faziam a separação entre os israelenses e egípcios na fronteira. O secretário-geral aceitou as exigências e determinou a retirada dos "capacetes azuis", o que possibilitou a concentração de tropas egípcias frente às tropas israelenses na fronteira.
Na sequência, em 22 de maio, Nasser ordenou o fechamento do estreito de Tiran para os navios israelenses e para todos os que tivessem Israel como destino ou origem, interrompendo o fluxo comercial de Israel pelo mar Vermelho em uma estratégia de asfixia econômica.
A precedente guerra árabe-israelense de 1956, por ocasião da Crise do canal de Suez, resultara em uma derrota militar, mas uma vitória política capital para o Egito. Em seguida à renuncia dos Estados Unidos (sob pressões francesas e britânicas) a ajudar financeiramente a construção do Barragem de Assuan, o presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez em 1956. As posses coloniais da França e do Reino Unido haviam então apoiado conjuntamente um ataque israelense no Sinai até o Canal de Suez. Mas a condenação foi unânime no mundo. Os Estados Unidos, a União Soviética e a ONU concordaram com a retirada israelense e a URSS chegou a ameaçar a França e o Reino Unido com o uso de armas nucleares.

O sucesso de Nasser foi obter essa pressão diplomática dos Estados Unidos e da URSS para pressionar Israel a se retirar totalmente do Sinai. Em troca, Israel obteve a manutenção dos capacetes azuis da ONU no Sinai, para guardar a fronteira desmilitarizada. O Egito também aceitou encerrar as ações de guerrilha em solo israelense. Assim, na fronteira Israel-Egito, iniciou-se um período de calma sem precedentes desde 1948. Embora nenhum país árabe tivesse reconhecido a existência do Estado de Israel, a região se mantivera em equilíbrio, ainda que precário, desde 1956 - muito mais em razão da competição entre Egito, Síria e Jordânia do que por uma solução real dos problemas. Em plena Guerra Fria, Egito e Síria eram aliados da URSS de Khrushchov e do Bloco do Leste. Já a Jordânia era sustentada pelos Ocidentais. Muitos anos após o conflito, Israel construiu uma rede de adução de água, a partir do lago de Tiberíades. Em resposta, a Síria iniciou um plano de desvio de alguns rios (notadamente o Banias, um dos principais tributários do rio Jordão), a fim de que não mais alimentassem o lago.

Adicionado na linha do tempo:

23 mar 2022
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Data:

5 jun 1967 ano
10 jun 1967 ano
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