1 août 1550 - Motetes policorais Venezianos
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Desde o tempo de Willaert, e mesmo antes, que os compositores da região veneziana escreviam frequentemente para coro duplo. Faziam--no em particular no caso dos salmos, que se prestam à execução antifonal. Havia um conjunto de cinco salmos, que começavam todos com uma forma do verbo laudare e eram por isso conhecidos como os cinco laudate, que se cantavam nas primeiras vésperas de um grande número de festividades com esta técnica de coros divididos. Este tipo de execução dava um brilho acrescido a estas ocasiões, nas quais se removia o altar normal, pintado, por forma a revelar um belo altar de talha dourada.
O uso de cori spezzati (coros divididos) não era originário de Veneza nem peculiar a esta cidade Stabat Mater de Palestrina, por exemplo, é escrito para coro duplo), mas esta prática era bem apropriada e contribuiu para incentivar o tipo homofónico de escrita coral e a ampla organização rítmica que os compositores venezianos privilegiavam. Juntamente com as vozes soavam não apenas o órgão, mas também muitos outros instrumentos— sacabuxas, cornetos de madeira, violas.
Nas mãos de Giovanni Gabrieli, o maior dos mestres venezianos, as forças interpretativas adquiriram proporções inauditas: utilizavam-se dois, três, quatro ou mesmo cinco coros, cada um deles com uma combinação diferente de vozes agudas e graves e cada um conjugado com instrumentos de timbres diversos, respondendo antifonalmente uns aos outros, alternando com vozes solistas e unindo-se em maciços clímaces sonoros. Um bom exemplo disto é o motete de Gabrieli In ecclesiis6. Neste tipo de obras explorava-se um novo princípio de composição, a saber, o do contraste e oposição de sonoridades; este contraste tornou--se um factor fundamental do estilo concertato do período barroco.
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