30
/de/
AIzaSyAYiBZKx7MnpbEhh9jyipgxe19OcubqV5w
April 1, 2024
6114519
584201
2

12 Okt 1798 Jahr - Nascimento de Dom Pedro I

Beschreibung:

Nasce em Queluz às 6:30am, o príncipe Dom Pedro de Alcântara, filhos dos príncipes Dom João e d. Carlota Joaquina.

No dia 12 de outubro de 1798, a bordo da corveta William, ancorada no Tejo, que esperava tempo bom para seguir viagem até os Estados Unidos, Hipólito da Costa — que se destacaria a partir de 1808 com a publicação do Correio Braziliense, o primeiro jornal brasileiro. Recém-formado, foi enviado como diplomata pela Coroa portuguesa aos Estados Unidos e ao México, para onde embarcou em 16 de outubro de 1798, com a tarefa de conhecer a economia destes dois países e as novas técnicas industriais aplicadas pelos norte-americanos.— anotou em seu diário:

"Hoje, pelas oito horas da manhã, salvaram todas as torres e vasos de guerra, e se embandeiraram, não sendo dia de festa, ou gala grande na corte; é muito provável, e quase certo, que a princesa tivesse o seu bom sucesso, porque há quatro dias está com dores".

Suposição que se pôde confirmar no dia seguinte:

"Ontem, ao meio-dia, às trindades e à meia-noite, salvaram todas as torres e vasos de guerra e se iluminou toda a cidade. Hoje de manhã tornou a haver salva, e indo a terra soube que S. Alteza tinha dado à luz um menino".

O príncipe que nasceu naquele dia foi batizado com o extenso nome de Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Serafim de Bragança e Bourbon. Era o quarto filho de d. João e d. Carlota Joaquina, e o segundo varão. Quando o primogênito, d. Antônio, nascido em 1785, morreu, em 1801, ele se tornou o segundo na linha de sucessão da avó, d. Maria I — atrás apenas do pai. Mme. Junot, que o conheceu aos sete anos, tão rigorosa na avaliação das deficiências estéticas da família real portuguesa, diria que na família Bragança só havia uma pessoa bonita: o pequeno d. Pedro. O menino, esperto e de olhos muito vivos, que desde pequeno gostava de brincar de soldado, deve ter ficado muito impressionado com a figura imponente do general Junot e com o belíssimo uniforme de general-comandante dos hussardos com que ele se apresentou a d. João. No dia seguinte, o príncipe regente mandou um criado à casa de Junot pedir-lhe o uniforme emprestado. Queria copiar o modelo para fazer um igual para ele e outro para o filho.

Em 1795, devido ao incêndio que destruiu o Palácio da Ajuda, toda a família real se mudou para o Palácio de Queluz. Foi ali que nasceu d. Pedro, em um quarto chamado “D. Quixote”, por ter as paredes adornadas com cenas das aventuras do fidalgo da Mancha. Passou naquele palácio, onde também vivia a avó louca, toda a infância, antes de partir para o Brasil. Não deve ter sido uma criança muito feliz. Pouco amado pela mãe, que preferirá a ele o irmão mais novo, d. Miguel, d. Pedro era querido pelo pai, mas este, reservado e depressivo, mantinha-se igualmente afastado do filho.

As afeições que teve na infância foram as dos mestres e, principalmente, a de d. Antônio de Arábida, seu confessor. Esse jovem e brilhante sacerdote tinha travado conhecimento com d. João no convento de Mafra, onde o príncipe regente gostava de se recolher. Impressionado com a inteligência e a cultura de Arábida, que então era bibliotecário do convento, d. João o designou para cuidar da alma do pequeno príncipe. Havia tal confiança na sua experiência que foi o escolhido para acompanhar d. Pedro e servir-lhe de mentor quando, em 1807, uma das opções pensadas para garantir que a Casa de Bragança mantivesse o poder sobre o imenso Império português era enviar o príncipe para o Brasil como condestável.

Com nove anos de idade, certamente o menino podia apenas acompanhar perplexo as discussões sobre o seu destino. Os navios que o levariam e à sua pequena corte para o Rio de Janeiro chegaram a ser preparados. Informado de que havia uma conspiração para entregá-lo aos franceses e que era por isso que tratavam de salvar previamente seu filho, enviando-o para o Brasil, d. João cancelou o embarque de d. Pedro.

D. Antônio de Arábida acabou vindo para o Brasil no mesmo navio que d. Pedro e esteve estreitamente ligado ao príncipe e imperador até sua abdicação, em 1831. Dois outros mestres também acompanhariam d. Pedro até a idade adulta: o cônego René Pierre Boiret, professor de francês, e o padre Guilherme Paulo Tilbury, professor de inglês. Ambos se envolveriam diretamente nos problemas políticos do imperador após a Independência. O primeiro de seus educadores foi o ex-encarregado de negócios de Portugal na Dinamarca, João Rademaker, que falava a maior parte das línguas da Europa e era dotado de conhecimentos enciclopédicos. Outro de seus professores foi o dr. José Monteiro da Rocha. Indicado para o cargo pelo grande cientista Domingos Vandelli, Monteiro da Rocha era homem cultíssimo e, ao morrer, em Portugal, em 10 de dezembro de 1819, legou em testamento sua biblioteca a d. Pedro. Ele estudou música, para a qual tinha grande aptidão, com o célebre maestro Marcus Portugal. Todos esses mestres, no entanto, não foram capazes de proporcionar-lhe uma educação esmerada nem de moderar-lhe os instintos inferiores. Suas características pessoais se sobreporiam às do príncipe que era, e sua natureza sempre predominaria em detrimento da aquisição de uma cultura mais convencional.

A separação dos pais, em 1802, quando d. João preferiu ficar em Mafra e d. Carlota, cansada de viver em Queluz, decidiu morar na Quinta do Ramalhão, reduziu ainda mais o contato do menino com eles. Restava-lhe a presença distante e assustadora da avó louca. D. Maria passava a maior parte do tempo deitada, em um quarto com as janelas fechadas, de onde, vez por outra, ouviam-se os seus profundos “Ai, Jesus!”. Mas às vezes se exaltava e lançava terríveis gritos de pavor, imaginando que o demônio tinha vindo buscá-la. Quando estava melhor, a rainha — toda vestida de negro e com os cabelos brancos esvoaçando ao vento — passeava pelos jardins, acompanhada de seus médicos e do estranho simulacro de corte de velhos nobres decaídos que d. João montara em torno dela.

Zugefügt zum Band der Zeit:

Datum:

12 Okt 1798 Jahr
Jetzt
~ 225 years ago